segunda-feira, 4 de junho de 2012

Stand-up cada vez mais brasileiro


Tradição teatral americana cria raízes no Brasil e diverte os cariocas

Por Carlos Eduardo Silva

A grande sensação do momento é ir ao teatro para assistir às comédias Stand-Up, um formato de pocket show consagrado nos Estados Unidos e que hoje faz rir plateias no mundo todo. O stand-up ganhou o gosto do público com espetáculos como “Terça Insana”, “Comédia Em Pé” e “Nós Na Fita”, que ficam em cartaz nos teatros durante anos. O tipo de apresentação que faz o “timing” valer mais que os trejeitos do ator, deslanchou no Brasil de uns tempos pra cá e se adaptou ao estilo de humor brasileiro.

O show “Comédia A La Carte”, sucesso de público e crítica, está em cartaz há mais de um ano no Teatro Miguel Falabella, e sempre traz algo novo para entreter o público carioca. Os comediantes Felipe Absalão e Marcelo Oliosi (o Smigol do ‘Rock Bola’ e do ‘Pisando na Bola’ da SporTV) fazem parte do elenco fixo da peça que se modifica a cada apresentação, com convidados diferentes a cada semana incluindo sempre novos textos, novas sacadas, novas oportunidades de dar uma boa gargalhada. “O nome A La Carte vem da ideia de levar ao público sempre um cardápio variado de comediantes, o que faz com que o show seja diferente a cada apresentação”, afirma Absalão.


 
Felipe Absalão tem mil e uma utilidades. Além de ser ator, ele também é produtor, roteirista e diretor do espetáculo. Formado em Ciências da Computação, migrou para a comédia por acaso. O sucesso de suas imitações entre os amigos fez com que Felipe decidisse fazer dublagem. Para isso, ele precisaria de seu DRT (registro de ator), o que não possuía. Para conseguir o seu DRT, ele participou de vários cursos de teatro. Um desses cursos era uma oficina chamada Teoria da Improvisação, ministrada por Fernando Caruso e Daniela Ocampo, onde surgiu a ideia para o stand-up. “O Caruso deu a dica do stand-up. O Comédia em Pé estava começando, então ele me chamou pra participar. Eu escrevi vários textos, me apresentei com eles várias vezes e foi muito bacana, o público gostou muito e eu também”, afirma Felipe.

No humor simples e ágil do stand-up, Felipe aborda assuntos do cotidiano como notícias, esportes, relacionamentos e celebridades, o que faz com que o espectador se identifique com as situações. “A gente acaba falando do que a gente vive. Eu, por exemplo, eu sou gordinho, então eu vou falar das situações que eu passo como gordinho. O cara que é solteiro vai falar da balada, o casado vai reclamar da esposa, e por aí vai. A gente pega o que é notícia, o que é atual e o que a gente vê no dia-a-dia para fazer piada. Isso acaba atingindo o pessoal da plateia. Sempre tem alguém que já passou por algo parecido”, diz o comediante.

A maior dificuldade da comédia “em pé” é o texto ser o suporte fundamental do ator. “O stand-up é bem diferente dos outros tipos de humor. Na comédia você vê cenários, figurinos, vários personagens. Aqui não, você não tem nenhum apetrecho. É você e o microfone o tempo todo. Se a plateia não gostar, é porque ela não gostou de você”, enfatiza.

Para auxiliar a nova safra de comediantes, Felipe firmou parceria com o teatro Miguel Falabella e irá ministrar uma oficina a partir de outubro deste ano. “Nós vamos abrir um espaço para ensinar como montar um grupo de stand-up e como ser um mestre de cerimônias. Não será só a técnica pra construir a piada, mas também ensinar o cara a se manter no stand-up comedy”, afirma. O curso não é somente para iniciantes. Atores já formados também podem participar. “Quem começa com stand-up têm a chance de ir muito além na profissão. Em termos de roteirização, você tem que criar o seu texto no stand-up, e esse é um ótimo exercício pra quem está querendo começar neste ramo e também pro cara que quer se aprimorar”, completa Felipe.

Foto: Divulgação
Felipe Absalão e Marcelo Oliosi, o Smigol do Sportv

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