segunda-feira, 4 de junho de 2012

Convergência das mídias e o impacto na sociedade


Por Carlos Eduardo Silva

 
A  transmissão de informações pela internet atrai o leitor moderno (Foto: Divulgação)
A  transmissão de informações pela internet atrai o leitor moderno

As tecnologias de informação e comunicação estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, seja no cotidiano social, seja no espaço escolar. No entanto, o que se torna preciso hoje é a nova perspectiva da interatividade. Com essa visão a convergência das mídias vem propor uma transformação no papel da comunicação, onde os sujeitos passam de simples consumidores ou receptores para, além disso, serem possíveis autores de produção no processo de informação. Isto ao mesmo tempo. Nesse contexto, o celular é um dos artefatos tecnológicos que ilustra bem a convergência das mídias, pois num mesmo aparelho encontra-se reunidas várias funções. Frente a este cenário, convém destacar que: a principal capacidade da convergência das mídias é a de possibilitar a integração de dispositivos digitais e o seu uso sob demanda. Mas há um aspecto mais evidente e importante a se destacar na contribuição da convergência das mídias: a interatividade.

Para que se possa falar sobre jornalismo multimídia, primeiramente deve-se entender a cultura de convergência que impera nos principais veículos de comunicação do Brasil e do mundo.


Acesso à informação na palma da mão (Foto: Divulgação)
Acesso à informação na palma da mão

A “Convergência das Mídias” é um termo criado por Henry Jenkins, que fala de um processo multidimensional que, facilitado pela implantação generalizada das tecnologias digitais, afeta os meios tecnológicos, empresarial, profissional e editorial dos meios de comunicação, propiciando uma integração de ferramentas, espaços, métodos de trabalho e linguagens anteriormente desagregados, de forma que os jornalistas elaborem conteúdos a ser distribuídos através de inúmeras plataformas, por meio das linguagens próprias a cada uma delas.

As mudanças ocorridas no jornalismo moderno não foram somente visuais, mas também ideológicas. A informatização das redações não significou necessariamente maior renda para as editorias, pois o mercado jornalístico se tornou instável e extremamente competitivo, obrigando os profissionais a se especializarem para valorizarem suas funções.

Isso fez com que os jornais, que eram os responsáveis pela divulgação e grandes detentores da informação se reformulassem, repaginando a forma de escrever e noticiar um acontecimento. Ou seja, com a convergência criou-se um novo jeito de informar, integrando a notícia e o leitor de uma forma mais dinâmica e atrativa. E foi através da internet que isso se tornou possível.

Existem grandes diferenças na forma de transmitir informação antes e após o grande boom da internet no mundo. Antes, a informação era centralizada na imprensa, as funções de cada profissional da comunicação eram bem definidas nas redações, a opinião do leitor era restrita à cartas (ou seja, não existia interação direta com o leitor de forma mais efetiva em uma matéria ou pesquisa, por exemplo. E isso dificultava e muito a troca de informações, o retorno de uma pergunta, elogio ou reclamação), a concorrência entre os veículos era bem clara e definida, o fluxo de produção de conteúdo era único e apenas o jornalista redigia as matérias.

Exemplo de integração das redações e canais de comunicação do Jornal O Globo, unindo diversas mídias para levar a informação até o leitor
Exemplo de integração das redações e canais de comunicação do Jornal O Globo, unindo diversas mídias para levar a informação até o leitor

Já com a internet inserida no cotidiano das pessoas as fontes de informação passaram a ser inesgotáveis, passou a existir a grande concorrência na disseminação da informação, aumentou o fluxo de produção de conteúdo (até mesmo em horários alternativos), os textos e matérias passaram a ter autoria em equipe e, principalmente, a criação de diversos canais de distribuição de informações.

A partir deste momento, o leitor passou a ser usuário, a autoria se torna compartilhada por todos, os comentários e críticas são enviados em tempo real e todos possuem conhecimento disso, a fidelidade às marcas foi extinta (pois o leitor quer sempre mais informação, independente de onde ela venha),  o leitor sabe onde buscar a informação de que precisa e passa a conhecer o verdadeiro poder que ela possui.

Este novo papel do leitor Internet mudou os processos de produção de notícia. No início, os sites eram apenas canais de distribuição, uma simples ferramenta. Hoje a internet é um meio de comunicação tão avançado e ágil que somos incapazes de viver fora desta rede.

Os jornais tiveram que agir rapidamente para acompanhar este processo e não cair no esquecimento. Por isso, eles se tornaram empresas eficientes que aceitam a informação como produto e a publicidade como principal fonte de renda. Além disso, eles passaram a adquirir certos aspectos do jornalismo de revista que aprofunda, interpreta, analisa, explica e complementa os fatos que já ocorreram e foram explorados por outras mídias, utilizando uma série de recursos gráficos que facilitam a compreensão e a interação com o leitor.

A transformação nas rotinas das redações se inicia pela necessidade de encontrar novos modelos de negócio, encarar a nova concorrência e, acima de tudo, recuperar a audiência que ameaça ir embora. A partir deste momento, elas passam a integrar as equipes de produção do on-line e do impresso, começando a produzir para novas mídias. Treinamentos são iniciados nas redações dos principais veículos, que adotam novos conceitos de produção como 24/7 e web first.  E o jornalismo entrou efetivamente na nova era da multimídia.

Um pouco mais sobre convergência


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