domingo, 1 de abril de 2012

Estresse: o preço da agitação urbana



Como a vida moderna pode afetar a saúde mental de pessoas submetidas a uma rotina estressante


Por Jessica Silva da Gama

A vida nas grandes cidades pode ser considerada como mais confortável. Apesar disto, o dia-a-dia dos grandes centros urbanos tem se tornado cada vez mais exaustivo. A aceleração das atividades diárias pode levar qualquer pessoa a um esgotamento físico e mental. Nesta rotina desgastante ordenada por filas, superlotação dos transportes públicos, engarrafamentos, violência urbana, pressão e assédio moral no ambiente de trabalho, muitas vezes, a mente expressa seu desgaste através do corpo.

Banco de Imagens: Sxc.hu


Conhecido por muitos, uma das manifestações mais comuns da vida moderna é o estresse. Um dos mais populares sintomas da agitação urbana, este mal não é uma doença, e sim o estado do organismo submetido à tensão onde o corpo sofre reações químicas, que em excesso podem prejudicar o organismo. Durante o episódio de estresse a pessoa fica em alerta, e torna-se tensa como se estivesse pronta para qualquer eventualidade.

Para a psicóloga Vera Lúcia da Silva, de 58 anos, em uma rotina estressante, o que é cada vez mais comum nos dias de hoje com a imposição de múltiplas atividades, cobranças feitas pelo meio social e até pela própria pessoa na busca de um desempenho perfeito em todas as suas atividades, um estado prolongado de estresse ou de estresse excessivo pode originar muitas doenças. “Os principais sintomas podem começar com uma dor de cabeça, insônia, irritabilidade, cansaço muitas vezes sem motivo, tensão muscular, dificuldade de concentração, dificuldades respiratórias, hipertensão e falta de motivação para o trabalho”, afirma.

Com 10 anos de experiência na área e especialização em Terapia Comportamental, Vera explica que geralmente as pessoas não percebem o que está acontecendo com o seu corpo e suas emoções, por isso buscam vários tratamentos para tratar dos sintomas sem imaginar que eles estão associados ao estresse. “A ajuda psicológica é muito eficaz, pois levará a pessoa a entender quais são os seus estressores, como e onde se manifestam, resultando em uma melhora ou cura dos sintomas”.

Outros problemas podem afetar a saúde mental, como o transtorno de ansiedade que está diretamente relacionado ao estresse e pode evoluir para apresentar a síndrome do pânico e TEPT. No pânico o ar parece faltar, o coração fica acelerado e apresenta suor intenso. Esses são apenas alguns sintomas de uma crise de síndrome do pânico, que também é caracterizada por boca seca, tremores, tonturas e um mal estar geral, acompanhados pela sensação de que algo terrível irá acontecer. A pessoa também sente que pode morrer ou enlouquecer nos minutos seguintes.

O estresse agudo, chamado de TEPT, ocorre quando uma pessoa é exposta a um evento traumático que comumente envolve morte, lesão grave ou ameaça à integridade física pessoal e de terceiros. A resposta a esses eventos vem com um intenso medo, desamparo ou horror. O evento traumático é revivenciado através de recordações aflitivas, sonhos, modos de agir ou sentir como se o episódio fosse acontecer novamente, provocando grande sofrimento psicológico. Aparecem também sintomas persistentes, não presentes antes do trauma, como dificuldade de pegar no sono ou mantê-lo, medo de sair de casa, irritabilidade, explosão de raiva, hipervigilância e resposta de sobressalto exagerada. Para o TEPT, o tratamento deve ser realizado através de medicamentos e psicoterapia.


Banco de Imagens: Sxc.hu
Para escapar do estresse, a prática de yoga, dança, esportes, caminhada, técnicas de respiração ou alguma outra atividade que traga prazer, reduzem muito o nível de estresse. “Só existe uma cura para o estresse, entender o que seu corpo está dizendo e a partir daí modificar comportamentos que tragam desconforto ou sofrimento. Aprender a relaxar  pode ajudar, pois só você pode mudar, aprendendo a conviver com as dificuldades impostas pelo mundo moderno” conclui Vera.

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